sábado, 13 de junho de 2009
Bailarina da Praça Porto Velho em show de Victor e Leo *
Em Porto Velho existe uma figura, chamada Bailarina da Praça, que há anos faz suas apresentações em uma praça da cidade.
Durante a apresentação da dupla naquela cidade, a tal bailarina "subiu" ao palco e mostrou seus dotes artísticos para a dupla. Ela parou o show e ainda dançou com o Leo, que foi super atencioso com ela.
Abaixo um breve histórico dessa figura já conhecida em Porto Velho e o vídeo da proeza.
Elielza Bailarina Ramos Freire, 37 anos, aprendeu a viver de uma forma diferente. Ela descobriu na dança uma maneira de levar sempre consigo um sorriso no rosto, uma alegria no olhar e uma missão a cumprir: tornar as pessoas, no seu dia-a-dia, mais felizes. Uma missão, segundo ela divina, que a tornou uma das figuras mais conhecidas na cidade de Porto Velho. A simples Elielza deu espaço à ‘Bailarina da Praça’. Há 14 anos é assim que ela prefere ser chamada.
“Sempre fui muito religiosa, mas, naquele tempo, quando ainda trabalhava na prefeitura do município de Candeias, fiz uma visita à praça Marechal Cândido Rondon, localizada no centro de Porto Velho, e percebi que faltava alguma coisa – o cenário era basicamente de pessoas sujas, bêbadas e perturbadas”, relembra Elielza, que, após feita a visita, começou a estudar a bíblia. “Foi quando Deus falou comigo e disse que eu descobriria quem realmente era através do povo”, afirma. Em 93, no dia 17 de outubro, Elielza participa de um show de dança em plena praça Jonathas Pedrosa e descobre, pouco tempo depois, que sua missão era apenas dançar para um público completamente transeunte. Verdade ou não, ela continua com esta saga até hoje.
Quando começou a dançar na praça Marechal Rondon – hoje seu principal local de referência - Elielza conta que sofreu com ações de engraxates, menores abandonados e gangues, mas ela não desanimou e com o tempo quem a perturbava começou a respeitá-la. “Chegava bem cedinho, dançava o dia inteiro e só ia embora pra casa após varrer a praça inteira, geralmente lá pelas 3 horas da madrugada”, diz. “As pessoas me viam como uma coitadinha, mas diziam que a ‘Bailarina da Praça’ era legal”, completa.
Todos os dias, a ‘Bailarina da Praça’ segue rumo ao mesmo lugar de sempre com uma motocicleta, um gravador e uma caixa de som amplificada. Não ganha nada pra isso. O figurino é de sua autoria, sempre em tons fortes e chamativos. Para ela, cores da alegria. “Me visto assim porque as pessoas me vêem com um olhar diferente, geralmente de críticas ou pensam que sou maluca, mas elas não sabem que eu adoro críticas e que de maluca eu não tenho nada”, diz a ‘Bailarina’ com um sorriso estampado no rosto. E dá o recado: “eu sou uma pessoa feliz porque tenho muita gente pra olhar”. No som da caixa, o ritmo é o dance music e não é escolhido à toa. “As batidas fazem mexer o corpo inteiro e eu apenas deixo a música sair de dentro de mim”. Trata-se de uma dança completamente inusitada sem qualquer padrão característico a ser seguido por uma bailarina profissional.
Mas as opiniões em torno desta figura dançante são diversas. O estudante Fábio Cruz, 24 anos, vê a ‘Bailarina’ como um ícone de coragem e demonstração de força de vontade. “O que me chama atenção é que ela não se sente envergonhada de ser o que é, apenas uma dançarina de praça pública sem qualquer intento lucrativo”, observa o estudante. Já a vendedora Jasmim Silva, 31 anos, não entende bem o real objetivo da ‘Bailarina’. “Dá até pra sentir a alegria que ela transmite, mas o que ela ganha com isso?”, questiona.
Divorciada e mãe de três filhos, Elielza não tem emprego fixo e transmite um segredo no olhar quando indagada sobre o que ela faz para garantir o seu e o próprio sustento da família. Os filhos, por sua vez, respeitam o que a ‘Bailarina da Praça’ faz, mas não querem seguir o mesmo caminho da mãe.
Patrimônio Cultural?
Embora seja tradicionalmente conhecida na cidade, a ‘Bailarina da Praça’ não se considera um patrimônio cultural, como já foi taxada várias vezes por pessoas que, segundo ela, querem “aparecer”. “Realmente inventaram essa história, mas te digo uma coisa: não existe nenhum documento – eu pelo menos nunca vi – que comprove que sou essa coisa de patrimônio cultural”, esclarece. E completa: “é o público que avalia se eu faço ou não parte da cultura regional”.
Elielza diz que nunca foi convidada para uma festa cultural, mas, mesmo assim, nunca deixou de ir. “Geralmente me querem longe de qualquer evento relacionado à cultura e eu acabo participando da festa como se fosse um penetra”, reclama. Para ela, “cultura é valorizar o talento que cada um tem para oferecer, não julgar pela aparência”.
Mesmo sem a devida valorização, ela se sente feliz. Diz que, através da dança, transmite a paz e ajuda as pessoas a buscarem ânimo e realizar seus objetivos.
Fonte: Overmundo
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